terça-feira, 28 de maio de 2013

Portishead in my head

Na tentativa de conceituar o que senti ao ouvir o som dessa 
banda britânica de trip hop pela primeira vez, nada mais me vem a mente do que a expressão "sonoridade penetrante". Optando por essas palavras, entro em contradição ao associar um som pungente e intenso a leveza da música eletrônica de Portishead, marcada por batidas desaceleradas, anteriormente conceituada como lo-fi  (low fidelity) devido a gravação em baixa frequência, com distorção.  Mas como a primeira impressão é a que fica, a vibração sonora de músicas como Strangers, All Mine, Mysterons, Numb, foram mais expressivas que qualquer batida techno dance que conheço, por isso a expressão me pareceu apropriada. 

Portishead marcou uma fase distinta da minha vida. Foi uma identificação instantânea. Imediatamente passei a ler tudo sobre a banda, a assistir vídeos e tocar as músicas, o que não é fácil reproduzir no violão. A melancolia na voz de Beth Gibbons ao interpretar as letras de Geoff Barrow, reflete o casamento perfeito da dupla de estranhos que se conheceu numa fila, em busca de emprego, no ano de 1991. O terceiro integrante da banda formada em Bristol, na Inglaterra, é o guitarrista Adrian Utley que, antes de se juntar ao Portishead, tocava jazz. Detalhe, Portishead é a cidade onde nasceu Geoff Barrow.


A ideia criativa do grupo em criar o curta To Kill a Dead Man, inspirado no estilo Film Noir dos filmes clássicos de espionagem, em tons preto e branco, chamou a atenção da Go! Beat Records por sua trilha sonora. O curta tem destaque na seção de bônus do DVD Roseland NYC Live e algumas cenas podem ser encontradas no videoclipe da música "Sour Times". Pode ser visto através do link http://www.youtube.com/watch?v=G7mO__TIAzA


Em 2002, Beth Gibbons lançou o álbum Out of Season com a colaboração de Paul Webb, sob o pseudônimo Rustin Man. Paul é baixista da banda Talk Talk, que futuramente estará disponível no blog Discogravura.

Gostaria de mencionar que minha intenção aqui não é citar datas de lançamento de álbuns nem quantidade de cópias vendidas pelos artistas em questão, mas expressar a minha paixão pela música, trazendo um pouco da história de bandas que costumo ouvir, 
além de disponibilizar alguns arquivos e informações que considero interessantes.


Beth Gibbons é dona de uma voz impressionante, envolta em uma atmosfera de sentimentos frios, com um teor depressivo e angustiante. "Drowning past regrets / In tea and cigarettes" (Life in Mono). O som de Portishead é mergulhado em solidão, tristeza, reflexão e transmite uma sensação de abandono. Na minha modesta opinião, Gibbons interpreta divinamente o estilo da banda. Sua voz trêmula e chorosa contagia o ouvinte a compartilhar da emoção que expressa.

"Now that we've chosen to take all we can / This shade of autumn a stale bitter end / Years of frustration lay down side by side / And it's only you / Who can tear me apart / It's only you / Who can turn my wooden heart" (Only You)



Um comentário:

  1. Eu sou apaixonada por Portishead e também marcou minha vida











    Eu também sou apaixonada por Portishead que também marcou minha vida e sei exatamente do que vc está falando....

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